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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ford volta ao azul e tem lucro de quase US$ 1 bi

Ford volta ao azul e tem lucro de quase US$ 1 bi

Corte de custos e incentivos do governo para troca de carros influenciaram resultado, o 1º positivo em mais de 1 ano

DETROIT. A montadora Ford, a única das três grandes americanas que não entrou em concordata, surpreendeu o mercado ontem, ao divulgar lucro líquido de US$997 milhões no terceiro trimestre, ante prejuízo de US$161 milhões em igual período de 2008. Se considerado o lucro operacional, ou seja, apenas os ganhos com as operações da companhia, a cifra sobe um pouco mais: US$1,107 bilhão, em comparação com perda registrada há um ano de US$2,78 bilhões. Foi o primeiro resultado operacional positivo desde o primeiro trimestre de 2008.


Em comunicado, a fabricante destacou que suas operações na América do Norte foram rentáveis pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2005, ao registrar lucro, antes do desconto dos impostos, de US$357 milhões. Um dos fatores que influenciaram o desempenho da empresa foi o programa do governo americano de incentivos para troca de carros, o "Dinheiro por Sucata", que vigorou em julho e agosto. Além disso, contribuíram para que a empresa voltasse ao azul corte de custos estruturais de US$1 bilhão, melhor resultado do seu braço financeiro e aumento de participação no mercado nos EUA. Esta última subiu dois pontos percentuais, para 14,6%.


A montadora declarou ainda que espera ser "solidamente lucrativa" em 2011. A empresa previa terminar o próximo ano empatada ou, na melhor das hipóteses, com lucro modesto. Ela não fez previsões para 2010. Com o resultado, as ações da Ford subiram 8,29% na Bolsa de Nova York e teve sua nota elevada pela agência de classificação de risco Moody's, para B3.


"Os resultados claramente mostram que a Ford está realizando um tremendo progresso, apesar da prolongada contração da economia mundial", afirmou em nota o diretor-executivo da empresa, Alan Mulally.


Apesar do bom resultado, a Ford teve de amargar uma derrota ontem. O sindicato dos metalúrgicos rejeitou alterações adicionais ao acordo fechado com a montadora em 2007, que garantiria à empresa concessões semelhantes às ratificadas com General Motors e Chrysler no início deste ano.


DETROIT. O Globo, em 03 de Nov. 2009. 


Análise

Os acionistas da Ford têm motivos para sorrir: a montadora americana divulgou um lucro inesperado de quase US$ 1 bilhão.
Por outro lado, quem acompanha a montadora não se surpreendeu tanto. A Ford fez o dever de casa. Há um ano, a companhia estava no vermelho. Corria o risco de entrar, inclusive, em concordata - destino das outras duas gigantes do setor: Chrysler e General Motors. Foi a única a não pedir dinheiro ao contribuinte americano.

Importante destacar que a Ford fechou diversas fábricas e ainda pretende encerrar suas atividades no Canadá ate 2011 eliminando cerca de 1400 postos de trabalho, e ainda pôs à venda uma de suas principais marcas a Volvo, adquirida em 1999, mesmo após ter vendido duas importantes marcas que possuía, a Land Rover e a Jaguar. Pelo que parece, a Ford estava decidida a diminuir custos para se beneficiar da ajuda do governo norte-americano, atendendo todas as exigências do projeto.

Outro dado importante, é o fato de Ford ter ampliado as férias coletivas nas fábricas brasileiras, devido a grande queda das vendas nos últimos meses.

Segundo Peter Drucker, contabilidade financeira, balanço patrimonial, demonstrativos de perdas e ganhos e alocações de recursos são o raio – x do esqueleto da empresa, mas como a maioria das doenças fatais não aparecem no raio – x do esqueleto, uma perda de participação no mercado ou a falta de inovação não aparecem na contabilidade até que o problema já esteja causando danos.

Acredito que os acionistas podem e devem continuar receosos, porém, se os investidores sentirem que a Ford tem uma estratégia e que esta estratégia está sendo bem executada, criando um período de estabilidade, é muito mais provável que eles invistam com muito mais confiança.

Os constantes investimentos em inovação, e a criação de uma estrutura enxuta tem gerado bons resultados, resultados estes que devem eliminar progressivamente o clima de incertezas na empresa.

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