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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Seu dinheiro vale mais do que você imagina; pense nos juros

Folha de S. Paulo - 31/05/2010 UMA BOA PARTE dos brasileiros tem a mania de comprar a prazo, convencidos de que essa é a única maneira de conseguir as coisas de que precisam. Mais querem do que precisam, muitas vezes. As pequenas parcelas dos inúmeros financiamentos e crediários vão se acumulando no já apertado orçamento doméstico e escondem um inimigo que destrói, aos poucos, seu poder de compra: os juros. Veja o exemplo de uma TV LCD que pode ser comprada com pagamento à vista de R$ 1.399 ou financiada em 20 parcelas de R$ 119. O financiamento esconde uma taxa de juros de quase 6% ao mês. Como você não tem dinheiro para comprar à vista, embarca em mais um financiamento que vai custar, ao final das 20 parcelas, o valor de R$ 2.380. Você terá pago sua TV mais juros de R$ 981, suficientes para comprar um belo fogão ou uma máquina de lavar roupas! Meu segundo exemplo é um pouco mais cruel e retrata uma compra de R$ 1.000 financiada no cartão de crédito em 12 parcelas. Desta vez, seu inimigo é de 10% ao mês, mas, como você não sabe direito quanto dinheiro isso quer dizer (ou prefere não saber), e está seduzido pelo desejo de possuir aquele celular, decide pela compra. Ao final dos 12 meses, seu celular terá custado R$ 3.138. Ou seja, você levou um celular e pagou por três! Se você se identificou com essa história, pare enquanto é tempo. Com um pouco de organização e disciplina, você pode mudar o rumo dessa história e fazer o seu dinheiro valer mais. Faça um pacto consigo mesmo e com sua família no sentido de planejar as compras, decidir as prioridades e estabelecer um limite de gastos mensal. Vocês terão que fazer escolhas, como em tudo na vida, e adiar despesas para o mês seguinte quando o orçamento acabar. Não avance o sinal! O preço é muito alto, tanto no sentido monetário quanto em futuras preocupações. Aprenda a controlar seus gastos e identifique quanto cada um representa da sua renda. Não se esqueça dos pequeninos, julgando que são de menor importância. Você vai se surpreender com o montante delas no final do mês. R$ 5 aqui, R$ 2 lá, R$ 7 acolá e, sem perceber, lá se vão R$ 200 ou R$ 400 por mês. DO OUTRO LADO Cultive o hábito de poupar ao menos 10% da sua renda familiar para os projetos futuros: a viagem de férias, a reforma da casa, a escola dos filhos. Ao invés de pagar juros, você vai receber juros e vai ver como é bom estar do outro lado da mesa, do lado de quem recebe e não de quem paga juros. A tabela é mero exemplo de como o controle pode ser feito. Adote um método que seja prático e fácil para fazer anotações de todas as despesas. Pode ser um simples caderninho ou uma sofisticada planilha Excel. É importante classificar por tipo, a variação em relação ao mês anterior (ou média dos três últimos meses) e quanto essa fatia representa do bolo todo. No item "carro", por exemplo, some as despesas anuais (seguro, IPVA, manutenção) e divida por 12. Dessa forma você estará fazendo uma reserva para essas despesas e, ao mesmo tempo, identificando quanto custa ter e manter um carro. Vai ficar assustado como peso dessa despesa no orçamento. Para cada um desses itens, avalie se o esforço, que não é pequeno, vale a pena. *MARCIA DESSEN, CFP, é sócia e diretora executiva da BMI, professora da FDC e cofundadora do IBCPF.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

''Minhas empresas não são bolhas'', diz Eike Batista

Meirelles diz que volatilidade nos mercados é 'normal'


Agencia Estado

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou hoje, ao comentar a queda forte do euro em meio à redução do entusiasmo dos investidores com o pacote europeu contra a crise, que "o anúncio foi feito há apenas cinco dias, é normal a volatilidade nos mercados".
Meirelles lembrou que situação similar foi vivenciada quando as medidas em reação à crise dos Estados Unidos foram anunciadas e que acabaram se mostrando eficazes. Ele reafirmou que o Brasil está preparado para crises, mas disse duvidar que as atuais turbulências em alguns países europeus possam gerar efeitos similares aos causados pela crise de 2008. "Precisamos sempre olhar com cautela, trabalhar esperando o pior e torcer pelo melhor, mas é difícil que ocorra de novo uma situação daquelas", disse.
O presidente do BC acrescentou, em entrevista concedida após o encerramento do XII Seminário Anual de Metas para a Inflação, na sede do banco, no Rio, que "o fato é que, por enquanto, é prematuro avaliar os desdobramentos da crise europeia". Segundo ele, "o Brasil está muito bem preparado para o enfrentamento de crises externas".
Meirelles, afirmou também nesta sexta-feira que há "consenso entre os formadores de opinião de que a economia necessita de um ajuste".

Segundo ele, o aumento do juro básico promovido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em abril, de 0,75 ponto percentual, para 9,50 por cento ao ano, foi um "dos mais pacíficos dos últimos sete anos".
"Porque não há dúvida de que é consenso hoje entre os formadores de opinião de que a economia necessita de um ajuste. O próprio pacote fiscal de corte de gastos está aí, nessa mesma direção", afirmou após seminário no Rio de Janeiro.
Ainda em referência ao bloqueio orçamentário de 10 bilhões de reais anunciado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na quinta-feira, Meirelles afirmou que a iniciativa é um "desenvolvimento positivo" para a contenção da inflação.
É importante que nós cresçamos, cresçamos o máximo possível, mas de uma forma equilibrada, responsável, de modo que não gere desequilíbrios futuros como muitas vezes já aconteceu no passado, quando se tinha surto de crescimentos e depois o país tinha problema. Era o chamado vôo de galinha."

CRISE NA EUROPA

Meirelles avaliou ainda que o Brasil está bem preparado para enfrentar crises externas, apesar de destacar que a situação na Europa é preocupante e exige atenção.
Segundo ele, o maior risco que poderia advir da crise na Europa seria um aumento da dificuldade de financiamento de países da região, com redução de disponibilidade de capital e aversão ao risco internacional.
Ele ponderou, contudo, ser pouco provável que o mundo enfrente novamente um evento como a quebra do Lehman Brothers em 2008, uma vez que as instituições foram reestruturadas para evitar um acontecimento do tipo.
"É prematuro, vamos aguardar, o fato é que o Brasil está bem preparado", afirmou

Acho interessante a idéia de conter o superaquecimento da economia, que poderia gerar uma euforia por parte dos investidores, que certamente traria dificulades no futuro diante da retração do mercado. Só me questiono se era esse o momento certo de anunciar um corte de R$ 10 Bilhões no orçamento, justamente quando nos encontrávamos apreensivos aguardando os desdobramentos da crise européia, e o pacote de medidas para sanar esta crise.
É realmente uma ironia, fazer um anúncio como esse em uma semana de incertezas para a economia mundial, porém como disse Meirelles, o Brasil está bem preparado para enfrentar crises externas.
Por outro lado há de considerar o fato de que o aumento dos juros não será tão agressivo quanto se pensava, trata-se apenas de um ajuste.
É esperar e acreditar que exista de fato uma plano para um crescimento sustentável da economia.




segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ganho da poupança no ano é inferior à inflação

Equipe AE , Em Segunda-feira 10/5/2010, às 15:49


A poupança teve uma rentabilidade inferior à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos primeiros quatro meses do ano, segundo a Economática. O ganho da poupança neste período foi de 2,1%, valor inferior aos 2,65% do IPCA. Isso significa que um poupador que depositou R$ 1 mil no final de 2009 na poupança teria R$ 1,021 mil no final de abril, enquanto uma cesta de produtos teria passado de R$ 1 mil para R$ 1,026 mil no mesmo período.
De acordo com o estudo, a rentabilidade nominal da poupança no primeiro quadrimestre de 2010 é a segunda menor já registrada em um quadrimestre do governo Lula, superando apenas o terceiro quadrimestre de 2009, quando a poupança rendeu 2,07%. Durante o governo Lula, a rentabilidade real da poupança foi negativa no primeiro quadrimestre de 2003, no segundo quadrimestre de 2009 e no primeiro quadrimestre de 2010.

"A maior perda de poder aquisitivo dos poupadores aconteceu no primeiro quadrimestre de 2002 sendo que o primeiro quadrimestre de 2010 é a segunda maior do período", informou. A poupança no governo Lula (de 31 de dezembro de 2002 até 30 de abril de 2010) teve rentabilidade nominal de 80,89% ante 51,86% da inflação medida pelo IPCA, o que representa ganho real acumulado da poupança no período de 19,12%.

sábado, 1 de maio de 2010

CDB rouba investidor das debêntures

Valor Econômico - 29/04/2010

Carolina Mandl, de São Paulo


Elevação das taxas pagas pelos papéis dos bancos reduz apetite por títulos de empresas


Alberto Kiraly, vice-presidente da Anbima: "Há uma resistência bastante persistente à diminuição das taxas" Não são apenas as ofertas de ações que estão enfrentando o apetite mais baixo dos investidores neste ano. As emissões públicas de debêntures também encontram resistência para serem fechadas. Diante da demanda fraca, em recentes captações, como as realizadas pela operadora de telefonia Oi e da holding de concessões rodoviárias OHL, os bancos coordenados das ofertas tiveram de entrar comprando os papéis para garantir o fechamento das operações.
Mesmo quando os bancos não tiveram de dar um empurrão para que as captações fossem concluídas, as ofertas que ocorreram neste ano mostram que a demanda foi baixa, já que em poucos casos houve a redução da remuneração oferecida pelas empresas aos investidores, além de os lotes adicionais e suplementares não serem colocados à venda.
Das nove emissões que aconteceram até agora no ano, só as elétricas Cteep e Cemig e a empresa de saneamento Sabesp conseguiram derrubar as taxas pagas aos aplicadores para o valor total ofertado devido à alta procura. "Temos observado uma resistência bastante persistente à diminuição das taxas nas emissões ao longo deste ano", afirma Alberto Kiraly, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
A explicação para esse movimento, segundo investidores e bancos ouvidos, está no desalinhamento de interesses entre vendedores e compradores. De um lado, os fundos de pensão e de investimento querem receber mais pela aplicação, enquanto, de outro, as companhias não estão dispostas a elevar seu custo de captação. O problema se acentuou em meados de março, quando os bancos começaram a emitir Certificados de Depósito Bancário (CDBs) em um ritmo acelerado para conseguir atender à decisão do Banco Central de normalizar o recolhimento de depósitos compulsórios, que haviam sido reduzidos na crise. Para manter a liquidez, as instituições financeiras passaram a pagar taxas mais altas nos CDBs. "Houve uma pressão na remuneração, o que levou o dinheiro a fluir para os bancos e não para as empresas", diz José Romeu Robazzi, gestor de crédito privado da Rio Bravo.
Em março, por exemplo, a OHL decidiu rever a remuneração máxima que ela pagaria aos investidores. Saiu da taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) mais 1,4% ao ano para DI mais 1,7%. Agora, concluída a operação, viu-se que esse teto caiu muito pouco, no máximo, 0,2 ponto percentual para algumas séries. E para as séries atreladas à inflação, os bancos coordenadores - Itaú BBA e BTG Pactual - ainda tiveram de ficar com parte dos papéis.
Outro fator que fez os investidores terem pouco apetite pelas debêntures foi a perspectiva de alta da taxa básica de juros, a Selic, confirmada ontem com a elevação de 0,75 ponto percentual. Com isso, os investidores passam a pedir remunerações maiores.
"Há algumas interrogações no mercado neste momento tanto em relação ao juro quanto às eleições. Por isso as ofertas daqui para frente precisarão ser muito bem calibradas no prazo e na remuneração para terem sucesso", afirma um executivo que estrutura emissões de renda fixa em um banco.
Um sinal desses novos tempos para as debêntures é que não há nenhuma oferta pública em andamento agora na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Apesar de não haver emissões bilionárias, ofertas públicas com esforços restritos continuam acontecendo. Ontem, a Localiza anunciou uma colocação de R$ 370 milhões.